terça-feira, 16 de março de 2010

Casal Nardoni vai a júri dia 22

O Tribunal de Justiça de São Paulo negou nesta terça-feira (16) habeas corpus em que a defesa de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta de Isabella Nardoni, pretendia adiar o júri popular do casal, marcado para a próxima segunda-feira (22). O julgamento vai decidir se eles são culpados ou inocentes pela morte da menina, jogada da janela do 6º andar do prédio onde moravam em 28 de março de 2008.
O pedido foi apresentado pelo advogado Roberto Podval, que alegou cerceamento de defesa. Segundo o desembargador Luís Soares de Mello, da 4ª Câmara de Direito Criminal o habeas corpus tem “nítido caráter protelatório”. Por isso, negou o adiamento do júri.Isabella, segundo denúncia do Ministério Público, foi jogada da janela do 6º andar pelo pai, após ter sido agredida pela madrasta. O casal, que responde por homicídio triplamente qualificado e fraude processual (por alterarem a cena do crime com o objetivo de enganar a Justiça), nega as acusações.

O pedido
No habeas corpus, a defesa do casal pediu produção de novas provas a serem apresentadas aos jurados. Entre elas, nova reprodução simulada ou reconstituição do crime. Os Nardoni não participaram da primeira, realizada durante o inquérito. Segundo o advogado, havia uma terceira pessoa no apartamento, e não realizar essa reconstituição traria "vício insanável" ao júri. "A simples alegação da presença de um terceiro, sem a discriminação de suas supostas condutas, inviabiliza a realização de qualquer simulação ", escreveu o desembargador.
Já sobre o pedido para que seja feita uma animação gráfica com a hipótese da terceira pessoa (o advogado requereu ou uma ou outra possibilidade), o desembargador afirma que "a defesa pode produzi-las por seus próprios meios".Os advogados do casal pediram ainda que fossem exibidas as telas de proteção retiradas do local do crime, o edifício London, na Villa Mazzei, zona norte da capital paulista, acompanhadas pela utilizada na reconstituição, para fazer o confronto do que concluiu o laudo da perícia. Além disso, pediu o reexame do apartamento e dos lençóis das camas dos irmãos de Isabella.
"É difícil imaginar, na crônica policial ou judiciária brasileira, uma cena de crime mais estudada, mais periciada, mais devassada que o local onde se deram os fatos que irão a julgamento", concluiu o magistrado. "De forma que nada obsta, ao reverso, tudo recomenda e determina o julgamento."

Preparativos para o júri
As duas versões devem ser apresentadas aos jurados durante pelo menos três dias. Por causa do número de testemunhas, o juiz Maurício Fossen, do 2º Tribunal do Júri do Fórum de Santana, zona norte da capital paulista, reservou o plenário por uma semana. O juiz também já requisitou reforço por causa da grande repercussão do caso: solicitou um médico para plantão e uma ambulância, equipada com equipamentos necessários e socorrista, duas viaturas para uso durante os trabalhos de julgamento, aumento no efetivo de agentes de segurança no prédio, para proteger o patrimônio público, e reforço policial.
O Tribunal de Justiça já sorteou os 40 jurados dos quais 25 comporão inicialmente o Conselho de Sentença. São 17 homens e 23 mulheres, maiores de 18 anos e residentes em São Paulo. Destes, restarão sete, escolhidos um a um no início da sessão do dia 22.
O esquema para a cobertura do júri também será definido em uma reunião especialmente convocada na sede do TJ-SP, no centro da capital. Até o momento, dos 77 lugares disponíveis em plenário, os jornalistas poderão ocupar 20. Será proibido filmar, gravar ou entrar com laptops, para não atrapalhar a sessão.



Fonte: UOL Notícias

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